Bolsonaro desiste do Patriota e disputará eleição por outro partido

Divergências com o presidente do PEN/Patriota, que envolve comando do partido e fundo partidário, levaram o presidenciável a procurar outra legenda. PSL é o caminho mais provável. Mas o presidenciável também tem convite do PR.

Mudaram-se os planos. Segundo colocado nas pesquisas eleitorais, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) não irá mais disputar a presidência da República pelo Patriota, novo nome do Partido Ecológico Nacional (PEN). A razão é um racha com o presidente do PEN, Adilson Barroso. Bolsonaro está seguindo para o Partido Social Liberal (PSL). Ele afirmou à Gazeta do Povo que está “90%” fechado com essa nova legenda.

“No Patriota, o cara prometeu que eu teria a maioria das ações do partido. Mas não entrega. E agora chegou num limite. Estou namorando o PSL. Tive uma conversa excelente com o presidente [do partido] Luciano Bivar e terei 51% das ações. Conversamos ontem e anteontem”, disse Bolsonaro à Gazeta do Povo, na noite desta quarta-feira (20). “E tem mais. O PR também está interessado no meu passe. Converso com todo mundo, menos com aqueles ‘partidecos’ de esquerda.”

Bolsonaro: de estrela do Patriota a incômodo dentro do partido

Bolsonaro já havia anunciado oficialmente sua ida para o Patriota. Foi a estrela de um programa partidário do PEN e chegou até a assinar uma ficha simbólica de filiação, como prova de seu compromisso. Mas a coisa desandou.

O racha com Adilson Barroso, o presidente do Patriota, envolve não só cargos de direção no partido mas também o fundo partidário. Bolsonaro criticou o dirigente do PEN e disse que, sem ele como candidato do partido, dificilmente a legenda vai atingir a cláusula mínima de 1,5% dos votos válidos para deputados federais no país. Só assim, com esse desempenho, uma legenda tem direito a tempo na TV e acesso ao fundo partidário.

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Bolsonaro afirmou que, no PEN, está tendo problemas de uso do fundo partidário – que, no seu entendimento, deveria pagar as despesas de viagens que ele têm feito país afora. Ele afirmou que o fundo do partido é minúsculo.

“Sei que vai entrar muito dinheiro [na minha campanha]. De pessoas mais simples, que vão depositar de R$ 5 a R$ 10, e gente com mais condições financeiras”, disse Bolsonaro. “Faço minha campanha, no máximo, com R$ 2 milhões.”

PSL vai perder a ala mais liberal para que Bolsonaro possa entrar

“Esse partido [o PSL] é liberal. Vai mudar seu regimento. Além de defender valores familiares, vão defender a questão do armamento. Tem uma ala, o ‘Livres’, que vai deixar de existir e não terá mais espaços no partido”, afirmou Bolsonaro. O PSL, antes de Bolsonaro, inclusive cogitava a ideia de mudar de nome para virar “Livres”, adotando um liberalismo mais radical.

Favorável à adesão de Bolsonaro, o presidente do partido, Luciano Bivar é deputado federal (PSL-PE) e comanda há anos o PSL. Bolsonaro afirmou que Bivar é um empresário bem sucedido e que não sobrevive do fundo. O presidente da sigla atua no ramo de previdência privada.

 Fonte: Gazeta do Povo.