Agefis demole mais um prédio irregular em Vicente Pires

Raphaella Sconetto

Jéssica Antunes
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Um prédio que crescia de forma ilegal em Vicente Pires é alvo de demolição da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis). Embargada, interditada, intimada a demolir e multada no valor de R$ 4 mil, os donos insistiam em continuar a erguê-lo. Na região, mais de 700 construções estão em andamento de forma irregular, erguidos às pressas, escondidos de órgãos fiscalizadores e, frequentemente, sem responsável técnico. Mais de mil multas já foram aplicadas.

Nesta sexta-feira (1), a agência realiza operação de derrubada da construção que já estava com o primeiro pavimento completo na Rua 3 Chácara 30 de Vicente Pires. “Tendo em vista que todas as autuações administrativas já foram aplicadas no local e o responsável as descumpriu, continuando a construir, restou a Agefis a ação demolitória”, disse a autarquia, em nota.

Fechando o cerco

A autarquia intensificou a fiscalização e as operações na cidade depois que um homem morreu soterrado por um prédio irregular que desabou. A estava obra embargada, interditada, intimada a demolir e multada a mais de R$ 13 mil. O prédio havia sofrido autuações desde dezembro de 2016, quando ainda estava no segundo pavimento, mas seis andares ruíram sobre uma pessoa. O descumprimento da lei tirou a vida de Agmar Silva, mineiro de Patos de Minas de 54 anos, encontrado três dias depois da tragédia.

Uma semana depois do desastre, a Defesa Civil interditou um prédio na Rua 8 e os moradores tiveram de deixar o local às pressas. A construção corre o risco de desabar e pode ser demolida. Foram detectados problemas graves, como fissuras em vigas e lajes. O Ministério Público recomendou que todas as obras irregulares fossem postas ao chão, mas a Agefis acusa falta de verba. Cada operação custaria cerca de R$ 500 mil.

“Vicente Pires cresceu desrespeitando as leis e deu tão certo que estão arriscando mais e crescendo verticalmente. Para demolir, temos que contratar empresa terceirizada. Não temos norral e equipamentos para fazer uma operação tão arriscada com segurança e, hoje, não temos dinheiro para essa contratação”, revelou, no início de novembro, a diretora-presidente Bruna Pinheiro.