Alerta vermelho! Incêndio avança e já atinge 22% da Chapada dos Veadeiros

 

Flávia Davies

Matheus Venzi com agências
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O incêndio que está assolando o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, desde o dia 17 de outubro já consome 22% da área. Ontem este percentual estava em 15%. As suspeitas são de que o fogo foi iniciado por fazendeiros da região, em represália à recente ampliação da área do parque.

Atualmente, brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Corpo de Bombeiros, IBAMA, Grupo de Ações Tática (GAT), e voluntários da sociedade civil estão mobilizados em compater as queimadas. Até o ontem (23) a operação contava com 500 voluntários, quatro aviões disponibilizados e dois helicópteros.

Agora, o combate às chamas será reforçado com a chegada de um avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB). A aeronave é equipada com um sistema de combate a incêndio constituído de dois tubos em sua porta traseira que, a uma altitude de cerca de 45 metros podem despejar água nas áreas em chamas. “A previsão é de que a aeronave chegue a partir de amanhã”, disse à Agência Brasil o chefe do parque, Fernando Tatagiba, que é analista ambiental do ICMBio.

Segundo ele, “não há a menor dúvida de que o incêndio é criminoso”, uma vez que ele avançou nas áreas posteriores àquelas onde o aceiro (barreira para contenção do fogo) já havia sido feito. “Temos certeza do local de origem, que foi às margens da GO-118, que liga Brasília ao Tocantins, numa área chamada Pouso Alto. Quem colocou fogo ali conhece a dinâmica do vento e do fogo”, disse o chefe do parque.

Chuva

Tatagiba explica que a principal causa de incêndios são os raios, que ocorrem nos períodos de chuva. “Não existe combustão espontânea no cerrado. Incêndios iniciados nessa época do ano têm sempre origem humana. Se alguém faz uma queimada e ela foge ao controle, transformando-se a em incêndio, isso já é caracterizado como um crime. No caso desse incêndio na Chapada, uma hipótese que foi levantada pela comunidade é de que o incêndio foi causado por fazendeiros da região em represália ao aumento da área do parque”, acrescentou.

A esperança da equipe é a de que alguma chuva ocorra na região. Tatagiba, no entanto, não está muito otimista. “O céu hoje está nublado, mas apenas com nuvens finas. Com isso a perspectiva de chuva é mínima”, disse.

Ajude

Apesar das queimadas serem comuns nessa época do ano, o fogo tomou proporções alarmantes, devastando aproximadamente 35 mil hectares do Parque Nacional e 80% da área de Cavalcante. Com isso, a população, com o apoio da Rede RIV e a Rede Contra Fogo, estão se mobilizando para levantar verba suficiente para continuar com as operações de contenção às chamas.

Quem quiser ajudar, pode fazer doações (de qualquer valor) por meio de uma página na web (clique aqui). Segundo os idealizadores, o cidadão poderá acompanhar o fluxo do dinheiro arrecadado. As doações serão usadas para comprar equipamentos de segurança e combate, combustível e alimentação dos voluntários.