Parabéns Simone Nunes! Ela vai representar o Paranoá em Pequim, na China.

 

Corrida: do Paranoá a um negócio da China

O 1º lugar de Simone na Global Energy de 2016 rendeu a ela uma viagem com tudo pago para a China. Foto: Divulgação

Pedro Marra
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Há nove anos, ela decidiu começar a correr por estar acima do peso. A trajetória de Simone Nunes, 37 anos – que trabalha como manicure no Paranoá desde os 14 – partiu dos 62 kg para os 49kg, com 1,40m de altura. A corredora leva consigo nas pisadas mais de 25 troféus e 48 medalhas sem um patrocinador. Após ganhar Global Energy, em setembro de 2016, no Parque da Cidade, ela garantiu uma viagem com tudo pago para competir na etapa de Pequim, na China.

O ano de 2014 foi determinante para Simone ter o estilo de vida que possui hoje. Um hábito alimentar contrário à vida saudável que leva atualmente a fez tomar o rumo das conquistas. “Eu corria só aqui no Paranoá mesmo. Aí fui lanchar com a minha filha numa lanchonete e quando ela viu um pôster de uma corrida, me incentivou a competir”, lembra.

No mesmo ano, veio a primeira vitória. Entre mil concorrentes, ela disputou a 1ª Corrida dos 5 km da Ascap (Associação dos Servido res da Novacap), onde o tio é funcionário e a convidou para a prova. “Foi uma surpresa para mim. Eu não fui pensando na vitória e mantive a liderança o tempo todo”, recorda.

A filha, Daniela Nunes, de 18 anos, primeira motivadora de Simone, se sente prestigiada pelas conquistas da mãe. “Me dá orgulho de saber que é pelo esporte que ela ganha muitos prêmios, e agora essa viagem para a China. Fico feliz que foi pelo meu incentivo que fez ela começar a correr”, comenta.

Marido de Simone desde 2011, Bruno Almeida, 35 anos, foi influenciado a correr por conta da esposa. “Eu nunca tinha corrido, iniciei depois que ela começou a participar das provas. Às vezes eu não conseguia terminar o percurso, de pois fui melhorando. Eu corro para manter a saúde”, diz. Além de ser o acompanhante na viagem, ele também está inscrito na etapa chinesa.

Ele, que já morou na Espanha, não teme a culinária oriental. “Eu estava até disposto a provar as comidas de lá, mas na hora eu acho que não vou conseguir ver aqueles escorpiões no espeto, não”, brinca.

A mudança física influenciou diretamente na autoestima de Simone. “Uma coisa que tem me deixado muito feliz como mulher é o corpo. Eu quero levar a corrida para a vida toda”, vibra. A corredora treina todos os dias no Centro de Treinamento para Atletismo do Paranoá com um só descanso: o último domingo do mês.

Inspiração coletiva

A mensagem de bem-estar fez Simone criar um grupo de corredores, chamado Garra Running. São 30 participantes, com pessoas de 24 a 40 anos. “Um compadre se alimentava mal e todo o fim de ano a empresa pedia exames de rotina. Nos encontramos na igreja e marcamos uma corrida em 2015. No outro exame, as taxas baixaram demais e o médico até se espantou com o que viu”, rememora a corredora.

SAIBA MAIS

Simone viaja junto ao marido, amanhã à noite, pela primeira vez para fora do País. Apesar de ela ir para a China sem gastar nenhum centavo, os custos com a corrida levam em torno de 40% da renda mensal da manicure. Ela chega a gastar R$ 250 por mês em suplementos e depende da ajuda de amigos para pagar as inscrições. “Semana passada consegui um apoio de uma panificadora”, conta. O suporte profissional – por meio de fisioterapeuta, personal trainer, nutricionista e assessoria esportiva – que uma atleta precisa vem de forma voluntária. Fonte: Jornal de Brasília.

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