Defesa de Lula diz que Palocci mentiu para tentar sair da prisão

Para advogados, ex-ministro repete roteiro de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que falou o que o MPF queria para fechar acordo de delação e ser solto

A assessoria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que as acusações do ex-ministro Antonio Palocci de que ele sabia do uso de dinheiro de propina da Odebrecht, decorrente de contratos da Petrobras, pelo PT e pelo Instituto Lula são falsas e só podem ser compreendidas como tentativa de se livrar da prisão dizendo o que o Ministério Público Federal deseja. O ex-ministro está preso desde setembro de 2016 em Curitiba.

“A história que Antonio Palocci conta é contraditória em relação a outros depoimentos de testemunhas, réus, delatores da Odebrecht e provas e que só se compreende dentro da situação de um homem preso e condenado em outros processos pelo juiz Sergio Moro que busca negociar com o Ministério Público e o próprio juiz um acordo de delação premiada que exige que se justifique acusações falsas e sem provas contra o ex-presidente Lula”, diz nota.

De acordo com a defesa, o ex-ministro repete o que ocorreu com Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que também confirmou ao MPF que o tríplex do Guarujá estava reservado a Lula e era fruto de propinas por contratos na Petrobras. “Palocci repete o papel de réu que não só desiste de se defender, como, sem o compromisso de dizer a verdade, valida as acusações do Ministério Público para obter redução de pena e que, no processo do tríplex, foi de Léo Pinheiro”, afirma.

Para a defesa do petista, a acusação do MPF diz que o terreno, que supostamente seria para o Instituto Lula, mas nunca foi usado, teria sido comprado com dinheiro de propina da Petrobras apenas para que o processo fique com Moro, juiz responsável pela Operação Lava Jato e a quem o petista acusa de parcialidade na condução dos processos contra ele. “A acusação do Ministério Público fala que o terreno teria sido comprado com recursos desviados de contratos da Petrobras –  e só por envolver Petrobras, o caso é julgado no Paraná por Sergio Moro. Não há nada no processo ou no depoimento de Palocci que confirme isso.”