Fraga é suspeito de pedir propina no DF

Alivio-temporario

Integrante da Bancada da Bala na Câmara dos Deputados, Alberto Fraga (DEM-DF) se livrou de duas ações no Supremo Tribunal Federal por dispensa de licitação quando era secretário de Transporte do DF no governo de José Arruda. Mas não dá para comemorar. Pré-candidato a governador, ele é alvo de inquérito que investiga sua participação em esquema de cobrança de propina na mesma secretaria. Em depoimento à Divisão de Crimes Contra a Administração Pública (Decap), integrantes de cooperativas de transporte acusam servidores da secretaria na gestão Fraga de cobrarem suborno para poder operar
no sistema. Um dos responsáveis por exigir pagamentos informou aos investigadores que representava Fraga e que contava com sua anuência. O deputado já responde a dois processos no STF pelo mesmo crime.

“Marmita”

Segundo depoimentos, quem recolhia a propina em 2006 e 2007 era o então chefe de gabinete de Fraga na secretaria, major Nunes, que hoje é comandante da Polícia Militar do DF. “Major Nunes, ex-chefe de gabinete de Fraga, ao exigir aquela quantia indevida, se referia a ela como o pagamento de uma ‘marmita’”, asseverou um cooperado da Coopersit.

Privilégios

Outro integrante da cooperativa disse que sempre encontrava Nunes no 15º andar do Palácio do Buriti, sede do governo. Que ali, o presidente da Coopersit entregou a Nunes a referida “marmita” no valor de R$ 40 mil em dinheiro vivo. Em troca, recebeu informações privilegiadas sobre a licitação de 450 micro-ônibus no sistema.

 

Fraga nega, Nunes se cala

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Ana Rayssa/Esp. CB

Outro cooperado afirma que relatou a Fraga irregularidades, como desfalques de dinheiro na Coopersit. Mas reclama que Fraga não tomou providências. Ele então descobriu que a cooperativa havia doado três cotas a um policial ligado
ao deputado. Por meio da assessoria, o parlamentar Alberto Fraga informou que nunca autorizou ninguém a cobrar ou falar em seu nome. O coronel Marco Antônio Nunes não quis se pronunciar sobre as denúncias até o fechamento da coluna.

Fonte: 

Brasil Confidencial