Sem água por causa do racionamento de água do Distrito Federal, a Unidade Básica de Saúde nº 11, na 905 Norte do Plano Piloto, precisou dispensar todos os pacientes na tarde desta quinta-feira (30).
A quadra foi uma das atingidas pelo corte no abastecimento de água, que atinge a maior parte das regiões do DF desde o início do ano. Mas, quando foi anunciado, o plano do governo do Distrito Federal poupava escolas, hospitais e centros de saúde como o da 905 Norte, além dos prédios da administração pública federal, como palácios e ministérios.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que todos os centros de saúde da cidade possuem caixa d’água – na 905 Norte, o reservatório seria de 6 mil litros. “Não há como conter o uso dos banheiros pela população, nem limitar a frequência dos usuários”, disse a pasta.
A Caesb, responsável pelo abastecimento no DF, informou que garante o abastecimento de água para hospitais públicos e centros de saúde. “Estes órgãos, quando tiverem necessidade, devem acionar a Central de Atendimento ao Cliente e solicitar o serviço”, disse em comunicado.
O governo também diz que a falta d’água só foi constatada às 15h. Funcionários ouvidos pelo G1 afirmam, no entanto, que o problema foi percebido logo pela manhã, mas que o serviço foi suspenso neste horário por falta de condições de trabalhar sem água.
Segundo os servidores, desde que o racionamento começou, essa não é a primeira vez que a unidade fica sem abastecimento. Eles não quiseram se identificaram por medo de retaliação.
Sem água por dias
A Asa Norte é abastecida pelo reservatório de Santa Maria, que passou a incluir a política de racionamento em fevereiro – um mês depois de a medida ser imposta ao reservatório do Descoberto. Os cortes de água atingem à população em um esquema de rodízio e os moradores podem ficar sem água por até 72 horas por semana.
Conforme mostrou o G1, a entidade esotérica Cacique Cobra Coral afirma ter sido acionada pelo GDF para convocar chuva para a região. O grupo está instalado no Entorno para tentar adiar a chegada do período de seca. O governo ainda não confirmou a adoção da medida “mística”.
Sem água, unidade de saúde no centro de Brasília manda pacientes para casa.
Política de racionamento deveria poupar escolas e unidades de saúde. GDF diz que problema foi resolvido; funcionários reclamam que não é a primeira vez
Por Gustavo Aguiar, G1 DF Foto: Reprodução/Divulgação – 31/03/2017 – 10:20:20