Esquema ilegal de venda de apartamentos continua…
Esquema ilegal de venda de apartamentos continua no Riacho Fundo 2
Os programas habitacionais do Distrito Federal são vistos como uma espécie de “galinhas dos votos de ouro”. Nem mesmo ações policiais inibem irregularidades praticadas por quem se aproveita dessas iniciativas para conquistar o apoio de eleitores, conceder vantagens a partidos políticos e até mesmo extorquir quem sonha com a casa própria. Uma semana após a deflagração da Operação Clã, da Polícia Federal, oMetrópoles constatou que a organização criminosa que atua no Riacho Fundo II não se intimidou. O grupo ainda vende facilidades na concessão de lotes e cobra abusivos R$ 15 mil para furar fila no cadastro do GDF. A propina garante acesso aos imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida.
A operação em curso da PF envolve o ex-deputado federal e ex-secretário de Habitação do DF Geraldo Magela (PT) e o ex-secretário-adjunto da pasta Rafael Oliveira. Ambos são investigados por suspeita de terem sido coniventes com a ação de cooperativas que se aproveitam de possíveis compradores. OMetrópoles visitou a área do Programa Habitacional Riacho Fundo II – 4ª Etapa, para conversar com os moradores. Ao chegar no local, foi possível identificar os responsáveis por vender um lugar privilegiado na lista da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab).
Logo após o início da conversa, o corretor liga para outra pessoa, que promete checar o nome e o CPF dos interessados em adquirir um imóvel antes de receber os R$ 15 mil. Segundo ele, um apartamento de dois quartos custará, em média, R$ 115 mil. Com um financiamento feito pela Caixa Econômica Federal, as prestações devem ficar entre R$ 400 e R$ 500.
Consequências
O esquema não é de hoje. Investigações da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Decap) apontam a concessão ilegal de lotes em programas habitacionais desde 2007. E eles não ocorrem somente no Riacho Fundo 2. Aparecem no Mangueiral, no Paranoá e em Samambaia, entre outras regiões administrativas. E as pessoas que realmente deveriam ser beneficiadas continuam na fila, enquanto outras, com renda superior a R$ 4 mil mensais, passam a habitar, alugar ou fazer um esquema de venda dos imóveis populares.
Nas garagens dos apartamentos e das casas do Riacho Fundo 2, por exemplo, é possível observar o entra e sai de carros que custam entre R$ 60 mil e R$ 200 mil. Land Rover, Hillux, Golf, Vectra e Peugeot SW são alguns dos modelos e marcas nos estacionamentos dos prédios, com unidades que chegam a custar R$ 115 mil. Fonte: Extraído do Metropoles.
Informa Tudo DF