O ex-vice-governador Paulo Octávio saiu da prisão

    O ex-vice-governador do Distrito Federal Paulo Octávio (PP) saiu da prisão por volta das 2h deste sábado. Ele estava recolhido na sala do Estado Maior do 1º Batalhão de Trânsito da Polícia Militar do Distrito Federal. Depois de quatro dias preso, Paulo Octávio conseguiu habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), por decisão do ministro Sebastião Reis Júnior.
    Paulo Octávio foi preso de forma preventiva na última segunda-feira, 2 de junho, suspeito de participar de um esquema de corrupção de agentes públicos para a concessão de alvarás para a construção de prédios. A prisão ocorreu a partir de investigação do Ministério Público do Distrito Federal, na operação Átrio. Na quinta-feira, o desembargador João Batista Teixeira, do Tribunal de Justiça, havia negado o pedido liminar de liberdade a Paulo Octávio.
    De acordo com informações do MP local, a operação visa desmontar uma operação criminosa que pratica corrupção de servidores públicos para violarem normas urbanísticas e ambientais referentes a diversos empreendimentos imobiliários nas regiões administrativas de Taguatinga e Águas Claras, no DF.
    A operação é um desdobramento da investigação que começou no ano passado, quando dois administradores da região foram detidos. Gravações autorizadas pela Justiça mostraram que o ex-governador do Distrito Federal Paulo Octávio tentou atrapalhar investigação do Ministério Público sobre fraude na concessão de alvarás para construção de um shopping e outros prédios em Taguatinga e Águas Claras. Numa das conversas gravadas com autorização judicial, Paulo Octávio mandou o administrador de Taguatinga, Carlos Jales, resistir à ordem de entrega de documentos a uma das promotoras que está à frente das investigações sobre as fraudes.
    Segundo o Ministério Público do Distrito Federal, as interceptações telefônicas “informaram também que o denunciado Paulo Octávio exercia profunda influência junto aos agentes públicos, que, valendo-se do cargo público, agiam para beneficiar o grupo de empresas do denunciado Paulo Octávio, sobretudo para a confecção de alvarás de construções e habite-se ideologicamente falsos, bem como a falsificação de relatórios de impactos de trânsitos”.
    Pelas informações do Ministério Público, a suposta organização do ex-governador obteve a aprovação de forma ilegal do shopping JK Shopping & Tower e do prédio Le Quartier Boulevard e Kimberley Plain em Taguatinga, e dos prédios Le Quartier, em Águas Claras. A partir das investigações, o Ministério Público apresentou sete denúncias contra Paulo Octávio e outros integrantes da suposta organização. O grupo foi denunciado por corrupção, formação de organização criminosa, falsidade ideológica.
    fonte: g1