Bolsonaro escapa de novo atentado em Minas Gerais

Jair Bolsonaro, presidential candidate for the Social Liberal Party (PSL), listens during a National Confederation of Municipalities (CNM) event at the International Convention Center of Brazil (CICB) in Brasilia, Brazil, on Wednesday, May 23, 2018. Brazil's presidential election race is quickly thinning and will ironically leave only seasoned politicians able to win a race marked by deep-seated, anti-establishment sentiment. Photographer: Sergio Lima/Bloomberg

Jair Bolsonaro ao ser atingido por facada em Juiz de Fora, em 6 de setembro de 2018 (Crédito: AFP)

Um inquérito da Polícia Federal, aberto para investigar ameaças contra o presidente da República, apurou que, em novembro de 2019, um rapaz de 25 anos planejou atacar Jair Bolsonaro, durante visita à cidade mineira de Três Corações, famosa por ter dado à luz Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.

De acordo com o inquérito, o atentado ocorreria em 29 de novembro, quando o presidente compareceu a uma solenidade de formatura em uma unidade militar. A investigação apurou que o jovem trabalhava como funcionário terceirizado no local do evento e estava divulgando mensagens com o plano de ataque, chegando, inclusive, a gravar vídeos.

Crédito: AFP

Em uma destas mensagens, o homem aparece afiando o cabo de uma escova de dentes, de modo a transformá-la em objeto pontiagudo, perfurante e fora do alcance dos detectores de metal. Mandados de busca e apreensão ocorreram em Três Corações e Alfenas. Com o material apreendido, foi possível indiciar o suspeito.

Se condenado por crime contra a liberdade pessoal do presidente da República, enquadrado na Lei de Segurança Nacional, o jovem pode ter de cumprir até doze anos de prisão. Em 2018, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, um atentado à faca por pouco não tirou a vida do então candidato à Presidência.

Adélio Bispo de Oliveira, de forma isolada e por motivos políticos, conforme apurado pelas investigações da Polícia Federal, esfaqueou Bolsonaro durante uma passeata de campanha. Hoje, encontra-se internado (preso por prazo indeterminado) em um presídio federal em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Bolsonaro jamais aceitou a ideia que Bispo atuasse solitariamente. Para o presidente e seu entorno próximo, o homicida agiu a mando de um grupo (de esquerda) organizado, financiado por gente interessada em impedir sua vitória na eleição. É lastimável que o Brasil ainda viva episódios assim. Política é diálogo, não uma guerra