Professor que exibiu caricaturas de Maomé é decapitado perto de Paris

Agressor é morto pela polícia. Macron diz que professor, que exibiu caricaturas de Maomé durante uma aula, foi vítima de um “atentado terrorista islâmico”.

Polícia montou perímetro de segurança em volta do corpo do agressor por temor de que ele estaria usando um colete explosivo

Um homem foi decapitado nesta sexta-feira (16/10) em um subúrbio a noroeste de Paris, segundo informou a imprensa. O agressor foi morto a tiros pela polícia.

A polícia foi acionada por volta das 17h (12h em Brasília), depois de receber uma ligação alertando sobre a presença de um homem suspeito portando uma faca nas ruas da cidade de Eragny, nos arredores da capital francesa.

De acordo com o jornal Le Figaro, policiais pediram para que ele largasse a arma, mas o suspeito “reagiu de maneira agressiva e ameaçadora”, e acabou sendo baleado.

Um perímetro de segurança chegou a ser estabelecido em volta do corpo, e o esquadrão antibomba foi acionado por temor de que o homem estaria usando um colete explosivo.

Pouco depois, policiais encontraram o corpo de um homem decapitado a 200 metros de onde o agressor foi morto, próximo de uma escola na cidade vizinha de Conflans-Saint-Honorine.

Segundo declarou uma fonte da polícia à imprensa francesa, a vítima se chamava Samuel P., um professor de história que mostrou caricaturas de Maomé para alunos, como parte de um debate sobre liberdade de expressão em classe.

Já o agressor, segundo o jornal Le Parisien, seria um homem de origem argelina, nascido em 1972. Uma testemunha do crime disse à agência AFP que ouviu o suspeito gritar “Allahu Akbar” (“Alá é maior”).

Diante desse elementos, a seção antiterrorismo do Ministério Público francês abriu uma investigação por “assassinato em conexão com motivação terrorista” e “associação criminosa terrorista”. A Subdireção Antiterrorismo (SDAT) da polícia e a Direção-Geral de Segurança Interna também foram acionadas.

Depois do ataque, o presidente francês Emmanuel Macron disse que o professor foi vítima de um “atentado terrorista islâmico”.

Um dos nossos concidadãos foi assassinado porque ensinou, ensinou aos seus alunos a liberdade de expressão, sobre crer ou não crer”, disse.

O caso ocorre três semanas depois de um ataque à antiga redação do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris. Em 26 de setembro, um muçulmano de origem paquistanesa feriu duas pessoas nos arredores do local onde ficava a redação. À polícia, ele disse que estava furioso com as caricaturas de Maomé que o jornal publicou, algo considerado uma blasfêmia por islâmicos radicais.

Em 2015, o local foi palco de uma chacina executada por terroristas islâmicos que deixou 12 mortos. Eles também alegaram que conduziram o ataque terrorista por causa das caricaturas.

JPS/ots