Depósito de R$ 2 milhões para candidato abre crise no PSL

Campanha de Joice Hasselmann à Prefeitura afirma ter recebido até agora R$ 1 milhão

Um depósito de R$ 2 milhões feito pelo diretório nacional do PSL diretamente na conta de um candidato a vereador na capital abriu uma crise entre a candidata à Prefeitura Joice Hasselmann e a cúpula do partido. O dinheiro é oriundo do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e faz parte da cota total destinada ao PSL: R$ 199,4 milhões.

A candidata a prefeita de São Paulo, Joice Hasselmann (PSL)

Foto: MISTER SHADOW/ASI / Estadão Conteúdo

O valor foi destinado ao candidato Abou Anni Filho, que é filho do deputado federal Paulo Sérgio Abou Anni (PSL-SP). A chapa de candidatos a vereador do PSL na capital tem 83 postulantes. “Houve reclamação dos vereadores pela distorção e o diretório nacional vai reverter esse depósito”, disse ao Estadão o deputado Junior Bozzella, presidente do PSL paulista.

Segundo dirigentes do PSL no Estado, a campanha de Joice na capital receberá R$ 5 milhões, mas até o momento apenas R$ 1 milhão caiu na conta do partido. No domingo, os candidatos a vereador da legenda chegaram a articular uma renúncia coletiva em grupos de WhatsApp, mas o movimento foi contido por Joice. A candidata passou então a pressionar a Executiva Nacional.

“O depósito feito pela Executiva Nacional do PSL na conta de um único candidato em detrimento de outros 82 gerou uma reação imediata e com razão. Eu, como candidata a prefeita, não poderia deixar de sair em defesa dos meus candidatos e candidatas”, disse Joice ao Estadão. “Sempre lutei pelo que é certo e justo e assim continuará sendo. Temos inclusive cotas femininas estabelecidas por lei. Mas depois que expliquei a situação do presidente do PSL, Luciano Bivar, ele entendeu o erro que foi cometido e agora o valor destinado a Abou Anni filho será devolvido e redirecionado à chapa.”

Cota

De acordo com petição entregue pelos PSL ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Direção Nacional (presidida pelo deputado Luciano Bivar) decide como alocar 50% do dinheiro que o partido receberá do fundo eleitoral, ou R$ 99.721.209,90.

Os outros 50% serão distribuídos entre os diretórios estaduais, sendo que 20% vão ser divididos igualitariamente e os 30% restantes serão rateados seguindo o desempenho de cada Estado na eleição de deputados federais em 2018.

O PSL tem 5.000 candidatos a vereador no Estado de São Paulo e 300 a prefeito.