Advogado de Lula: “Foco é anular ações e devolver direitos políticos”

Cristiano Zanin afirmou que, das nove ações na Justiça, só a Lava Jato condenou o ex-presidente por “ambição política” de Moro

FUTURA PRESS
A impressão de ter começado a colher frutos de um trabalho longo na defesa de Luiz Inácio Lula da Silva se fez presente nesta semana entre os advogados do ex-presidente.

Cristiano Zanin, que desde o início dos processos movidos pela Lava Jato de Curitiba trabalha na defesa de Lula, encarou as duas decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como pequenas vitórias.

A primeira, refere-se ao acolhimento, por parte da Corte, do pedido de acesso ao acordo de leniência firmado pela empreiteira Odebrecht. Outra decisão foi a que excluiu a delação feita pelo ex-ministro Antonio Palocci, do processo que apura a aquisição de um terreno em São Paulo que seira destinado a construção de um prédio do Instituto Lula e o aluguel de apartamento em São Bernardo. Essa delação foi divulgada pelo ex-ministro Moro durante a campanha em 2018.

No entanto, a visão de Zanin é que esses posicionamentos mostram muito mais que o caminho escolhido de levantar a suspeição do ex-juiz Sergio Moro é consistente.

O objetivo agora, ele conta, é anular todo processo que condenou Lula em segunda instância, resgatando seus direitos políticos, suspensos por conta da Lei da Ficha Limpa. Com isso, Lula estaria apto para participar da disputa eleitoral em 2022 ao cargo de presidente da República.

“Nós temos a expectativa de que o habeas corpus da suspeição de Moro venha a ser julgado favoravelmente ao ex-presidente Lula. Nós reunimos provas indiscutíveis de que ele não teve um julgamento justo e imparcial e isso deve, ao nosso ver, ser reconhecido pela Suprema Corte, para aplicar a consequência jurídica para que seja declarada a nulidade dos processo e também o restabelecimento dos direitos políticos do presidente Lula”, disse o advogado, em entrevista ao Metrópoles.

Ao esperar um desfecho mais célere sobre a suspeição de Moro no STF, Zanin alega a idade do ex-presidente, 74 anos, e o fato de o julgamento já ter se iniciado, com os votos de dois dos ministros, Edson Fachin e Cármen Lúcia. Os dois votaram contra a tese da defesa.

“Não tenho esse controle da pauta do STF. O que nós pedimos e reiteramos é que o julgando do mérito seja concluído o mais breve possível. Até porque, nesse caso, incidem preferências legais e regimentais. Legais, por exemplo, trata-se de um habeas corpus de pessoa maior de 70 anos. Regimental porque quando se tem um habeas corpus com julgamento já iniciado, ele tem preferência em relação aos demais. O nosso pedido é para que esse esse processo tenha o mérito julgado o mais breve possível”, destacou.

Na sessão do STF de terça-feira (4/8), os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski atacaram a atuação de Moro nos processos da Lava Jato. Críticos à operação, eles indicaram que devem votar pela suspeição do ex-ministro. Leia mais no Metrópoles

fonte: metropoles