Ibaneis descarta reabertura das escolas em maio e afirma que retomada em agosto ‘agrada’

Governador Ibaneis Rocha no Palácio do Planalto — Foto: TV Globo/Reprodução

O governador Ibaneis Rocha (MDB) descartou, nesta quinta-feira (7), a retomada das aulas nas instituições de ensino no mês de maio, em meio à pandemia do novo coronavírus. O chefe do Executivo local disse ainda que pode prorrogar a previsão atual de reabertura das escolas, em 1º de junho, e que “agrada” uma volta às atividades apenas em agosto.

As declarações foram feitas em entrevista coletiva após reunião com a juíza Kátia Balbino de Carvalho, que suspendeu temporariamente a reabertura do comércio na capital. A magistrada foi ao Palácio do Buriti para colher dados que embasaram as decisões do governo local e, segundo Ibaneis, o saldo do encontro foi positivo (veja mais abaixo).

Ao comentar a volta às aulas nas instituições de ensino na capital, o governador disse que os estudos técnicos apresentados pela Secretaria de Educação indicam que é “arriscado” retomar as atividades por enquanto. Um dos motivos é a previsão de que o pico do contágio pelo coronavírus no DF ocorra só em julho.

“Eu tenho uma posição em relação às escolas um pouco mais restritiva, principalmente por conta dos estudos que vieram da Secretaria de Educação e foram submetidos à Secretaria de Saúde. A gente voltar com escolas nesse momento é um pouco arriscado. Eu não decidi ainda, vamos analisar durante o mês de maio, mas espero que a gente prorrogue isso aí.”

No mês passado, Ibaneis chegou a afirmar que estudaria antecipar a volta às aulas na capital, após sugestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para reabrir as escolas cívico-militares. Segundo o governador, essa possibilidade não existe mais.

Ibaneis também disse que tem falado com representantes de escolas particulares e que os pais têm se manifestado pelo retorno das aulas apenas em agosto.

“[A possibilidade] me agrada muito, mas ainda não é o momento de a gente tratar. Nós vamos ter que esperar o decorrer da curva ao longo do mês de maio para que a gente possa fixar uma data efetiva.”

Reabertura do comércio

24 de março - Rodoviária do Plano Piloto tem comércios fechados e pouca movimentação  — Foto: G1/Carolina Cruz

24 de março – Rodoviária do Plano Piloto tem comércios fechados e pouca movimentação — Foto: G1/Carolina Cruz

O chefe do Executivo local também comentou o plano para reabertura do comércio na capital. A ideia inicial do GDF era reabrir shoppings e o comércio de rua nesta segunda (11). Na terça (5), a Justiça atendeu a um pedido do Ministério Público e suspendeu qualquer flexibilização das regras até que o governo apresentasse os dados científicos que embasaram a decisão.

Nesta quinta, durante a reunião, as informações foram repassadas à juíza. No entanto, antes de uma nova determinação judicial, Ibaneis se antecipou e adiou a retomada das atividades para 18 de maio. Segundo ele, está tudo pronto para a reabertura do comércio. No entanto, a Justiça ainda precisa se manifestar.

“Ou a gente faz esse programa agora, de abertura controlada, com regras e que a gente possa cobrar, ou eles [comerciantes] vão abrir na marra. Não adianta isso.”

O governador afirmou que devem permanecer fechadas atividades como academias, salões de beleza, restaurantes e bares. Já shoppings e lojas de rua poderão reabrir, mas com medidas de segurança como utilização de máscaras e testagem de funcionários.

Segundo Ibaneis, deve haver uma alteração nos horários de funcionamento para evitar colapso no sistema de transporte público. O plano é que lojas de rua abram de 11h às 19h, e shoppings, de 13h às 21h. Deve haver ainda reforço nos ônibus e no metrô.

Embates com o MP

O governador também criticou o Ministério Público por apresentar a ação judicial que suspendeu a reabertura do comércio. Ibaneis disse que atos administrativos só devem ser questionados caso estejam infringindo alguma lei.

“Eu não violei nenhuma delas, em nenhum dos atos que pratiquei e não vou violar nos atos que vou praticar.”

Ibaneis afirmou ainda que ações como a apresentada pelo MP dão a impressão de que há um embate entre poderes e que, principalmente em momentos como o atual, é preciso passar credibilidade.

“Não vou admitir nenhuma decisão que não devolva os meus poderes para governar.”

Fonte: G1 DF