Frango deve ficar mais caro com demanda aquecida por causa do preço da carne bovina

Frango deve ficar mais caro com demanda aquecida por causa do preço da carne bovina

Governo avalia que a alta da carna bovina pode influenciar no frango e no peixe, devido a um “movimento natural do livre mercado”

Foto: Divulgação/Aurora

O governo de Jair Bolsonaro já foi criticado por enxergar como natural o aumento dos preços da carne bovina. Este movimento de desaprovação popular deve aumentar ainda mais, com a possibilidade real de o frango ficar mais caro. O Ministério da Agricultura está monitorando o valor de outras carnes além da vermelha, que podem subir como consequência do “novo patamar”.

Segundo o Estado de S. Paulo, nos bastidores já se entende que o valor do frango e do peixe deve crescer como um “movimento natural do livre mercado”, já que esses itens devem ser mais procurados com a subida do preço da carne.

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Dados divulgados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que faz pesquisa de preços semanalmente na capital paulista, apontaram, nesta semana, que o contrafilé, por exemplo, subiu 5,86%, e o coxão mole, 5,7%. Lagarto e fraldinha também tiveram índices altos, com 5,42% e 5,3%.

“Mudou o patamar”

Em declaração concedida na quinta-feira (28), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, normalizou a alta. “Vai ter uma estabilização. Não vão ter mais essas puxadas. Mas não tem perigo de voltar ao que era. Mudou o patamar. Já tinha mudado o da soja, do milho”, afirmou a ministra. “A carne ficou por três anos com valor muito baixo. Isso faz com que o mercado sinta mais essa subida”. Ela disse que não faltará carne nos açougues. “O risco de desabastecimento é zero.”

O presidente Jair Bolsonaro adotou a mesma linha, defendendo o livre mercado e se negando a aplicar qualquer regulação. “O pessoal anda reclamando do preço da carne, com razão. Subiu. Com nossas andanças pelo mundo, [os países] começaram a comprar mais da gente. Começa-se a vender mais, tem menos para botar na prateleira. Infelizmente isso acontece”, afirmou Bolsonaro. “Mas não posso agora querer tabelar, congelar o preço da carne. Não vou fazer, nossa política é de mercado aberto”, completou.