Pego Em Blitz, Presidente Da Terracap Visita Chefe Do Detran E Contesta Bafômetro

Gilberto Occhi voltava de evento quando foi parado em operação da PMDF. Depois do episódio, ele pediu uma reunião no Detran com Alírio Neto

ANDRÉ BORGES/ESP, METRÓPOLES

No último 29 de agosto, o presidente da Terracap e ex-ministro da Saúde, Gilberto Magalhães Occhi, voltava de uma confraternização depois do jogo do Flamengo contra o Internacional pela Libertadores, quando foi abordado em uma blitz da Polícia Miliar do Distrito Federal (PMDF). Occhi dirigia pela L1 Norte, altura da SQN 409. Após ser submetido ao teste do bafômetro, teve a carteira de motorista retida pelos PMs. O nível de alcoolemia registrado na autuação foi de 0,11 mg de álcool por litro de ar expelido.

Desde então, o presidente da Terracap responde a um processo administrativo instaurado pelo Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF). Depois do episódio da blitz, Occhi pediu uma reunião com o diretor-geral do Detran, Alírio Neto. Foi recebido. Durante o encontro, ele levou seu problema pessoal ao conhecimento do chefe do órgão de trânsito.

Na conversa, o presidente da Terracap descreveu a ocorrência policial, argumentou que tinha bebido apenas uma lata de cerveja e que não concordava com o resultado medido pelo bafômetro. Disse que um colega do primeiro escalão presente no mesmo evento se sentou na mesma mesa que ele e, segundo o seu relato, teria bebido a mesma quantidade de cerveja.

Na volta para casa, o colega também teria sido abordado pela polícia. Mas, ao assoprar o bafômetro, o equipamento não acusara a presença de álcool. Occhi usou o paralelo para levantar dúvidas sobre a eficácia do equipamento.

Apesar do encontro, o processo administrativo aberto contra Occhi segue seu fluxo. Um primeiro recurso foi apresentado ao órgão e será analisado pela área técnica do Detran. Mesmo que seja negado, o ex-ministro da Saúde poderá apelar mais duas vezes.

Não há, até agora, nenhum indício de troca de favores, já que a ação administrativa corre normalmente. De todo jeito, é improvável que os cidadãos comuns contestem a aplicação das leis de trânsito diretamente com o presidente do Detran.

Durante o processo, Occhi tem o direito de continuar dirigindo, uma vez que o nível de alcoolemia foi inferior a 0,34 mg de álcool por litro de ar expelido. A multa, nestes casos, é de R$ 2.934,7. A lei não permite que nenhum motorista dirija depois de beber. Nem muito, nem pouco. A nova Lei Secaconsidera uma margem de erro até 0,05 mg no aparelho.

Fonte: Metrópoles