Agora Vai! PSDB formaliza pedido de expulsão de Aécio

PSDB de São Paulo formaliza pedido de expulsão de Aécio

Admissibilidade do pedido será analisada em reunião da Executiva Nacional do Partido nesta quarta-feira (21/08/2019)

Depois do diretório municipal do PSDB, ontem foi a vez do diretório estadual tucano formalizar um pedido de expulsão do deputadoAécio Neves do partido. Os pedidos serão levados ao Conselho de Ética da sigla

A decisão do diretório, que está na área de influência do governador João Doria, ocorreu às vésperas da reunião da executiva Nacional do PSDB, que ocorrerá nesta quarta-feira (21/08/2019), e que vai definir a admissibilidade dos pedidos de expulsão feitos pelos diretórios municipal e estadual de São Paulo.

O movimento para expulsar Aécio é parte do que Doria chamou de “faxina ética” no PSDB, que ano passado teve o pior desempenho eleitoral de sua história. Há o temor de que a permanência de Aécio no partido atrapalhe os planos eleitorais de Doria, para a Presidência em 2022, e de Bruno Covas, prefeito de São Paulo, que disputará a recondução ao cargo nas eleições do ano que vem.

O caso de Aécio é o mais emblemático, segundo tucanos, porque ele foi flagrado pedindo um empréstimo de R $ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS. Aécio é réu pelo episódio, desde abril de 2018, sob acusação de corrupção passiva e obstrução da Justiça. O tucano é alvo de ao menos mais oito inquéritos, abertos após delações da Odebrecht, da JBS e do ex-senador petista Delcídio do Amaral. Procurado pela reportagem, o deputado não quis se manifestar.

Se o pedido de expulsão for aceito, Aécio terá cerca de seis meses para se defender. O presidente da PSDB-SP, Marco Vinholi, defende que o rito seja encurtado.

O novo código de ética do PSDB, aprovado em maio, prevê que filiados que respondem a processos judiciais só serão punidos com expulsão após a condenação com trânsito em julgado por crime doloso contra a vida e a administração pública em geral ou por por prática de racismo, discriminação de gênero ou violência contra mulher, idosos, crianças e adolescentes.

Os ex-governadores Beto Richa (PR) e Eduardo Azeredo (MG) já foram condenados e presos. Richa, que já foi preso pela Polícia Federal duas vezes, ainda faz parte do quadro de filiados do partido e também sofre pressão por sua expulsão. Já Azeredo pediu desfiliação em maio deste ano. O ex-governador de Minas foi condenado a 20 anos e um mês de prisão por envolvimento no esquema conhecido como “mensalão mineiro”. Ele cumpre pena desde maio de 2018.

Para aqueles que são réus, como Aécio e os ex-governador Marconi Perillo (GO), as sanções previstas no código são advertência verbal ou escrita e suspensão do exercício de cargo partidário por um ano.

Com seu grupo político hoje no comando da Executiva Nacional do partido, o governador João Doria também é réu. Ele foi condenado em agosto de 2018, pela juíza Carolina Martins Cardoso, da 11ª Vara da Fazenda Pública da Capital, por improbidade administrativa no âmbito de uma ação em que é acusado de suposta “promoção pessoal” com o uso do slogan “SP Cidade Linda”, durante sua gestão na Prefeitura da capital paulista. A condenação também impõe ao tucano a suspensão de seus direitos políticos por quatro anos.

Por ter sido condenado apenas na primeira instância, cabe recurso e o governador só passaria a cumprir a pena após esgotados os recursos na segunda instância, caso a condenação seja mantida. À época da condenação, Doria afirmou que recorreria da decisão e que estava confiante que seria revertida.