Tudo Embaralhado! Aliança Promete Decidir Nesta Quinta (19) Entre Rosso E Izalci

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POLÍTICA & PODER 

Foto: Francisco Dutra/Jornal de Brasília

Francisco Dutra
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A novela da Aliança Alternativa acaba hoje. Pelo menos essa é a promessa do grupo, paralisado por uma disputa interna pela definição da cabeça de chapa para o Palácio do Buriti. Após uma reunião com a participação do candidato a presidente da Republica e líder do PSDB Geraldo Alckmin, o bloco prometeu fazer o anúncio pontualmente às 14h.

Prometendo uma coligação livre de pressões internas, a aliança convidou Jofran Frejat (PR). No caso de um aceno positivo, o ex-secretário de saúde poderá assumir a candidatura do grupo para o Governo do Distrito Federal (GDF). Além de líder nas pesquisas, seu nome se identifica com ética, diz a Aliança. Só que Frejat está preso ao PR e precisaria levar consigo o partido.

Se o relógio badalar às 14h01 sem uma resposta de Frejat, o grupo anunciará um nome próprio. Disputam o posto o atual candidato ao GDF, o deputado federal Izalci Lucas (PSDB), o deputado federal Rogério Rosso (PSD) e ainda o presidente regional do PRB, Wanderley Tavares. Mas no cenario atual, os dois primeiros possuem maior musculatura na queda de braço.

Diplomático, Rosso mantém um discurso conciliador. “Quero o consenso do grupo”, afirmou. Por outro lado, em conversa reservada, personagens no comando do diretório regional do PSD convencionam que as circunstâncias políticas fazem com que Rosso queira cada vez mais voltar ao governo do DF. O parlamentar comandou o DF temporariamente após a hecatombe política do Mensalão do DEM, após a gestão de José Roberto Arruda (PR).

Izalci Lucas também segue a cartilha da boa vizinhança. Para o tucano, o entendimento deve resultar na unidade do grupo, independente da cabeça de chapa. O grupo, que já teve 11 partidos, hoje reúne apenas seis. E a indefinição afugenta potenciais novos aliados.

“A partir das 14h30, só vamos falar de propostas para solucionar os problemas do DF. Se o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) fosse um trabalhador normal já teria sido demitido. Por parâmetros técnicos, seria por justa causa. O DF está um caos. Nada funciona. A rejeição dele é imensa. Não sou eu quem diz, são as pesquisas”, critica Izalci.

Briga pelo Planalto pesa em Brasília

A presença de Alckmin na reunião não é gratuita. A definição do futuro DF passou a ser uma peça importante na estratégia nacional do PSDB. Afinal, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, colocou as candidaturas do Distrito Federal, Rio Grande do Norte e o Rio de Janeiro como condicionantes para o apoio nacional aos tucanos. Alckmin conseguiu a revisão da imposição apenas no caso das terras fluminenses.

Para anunciarem apoio, os comandos nacionais do PP e do DEM exigem que o PSDB tenha uma coligação com cinco partidos. O desenho ideal para Alckmin é PV, PPS, PTB, PSD e, obviamente, PSDB. Se DEM e PP embarcarem, haverá atração para a vinda do SD e do PRB. Além disso, Kassab tem ajudado a candidatura de João Dória (PSDB) para o governo de São Paulo.

Traduzindo este cenário para o DF: para a cúpula nacional do PSDB, se Rosso realmente quiser, não haverá como não apoiá-lo. Até agora, publicamente, Rosso não marcou posição. Por outro lado, Izalci tem mostrado “sangue nos olhos” para disputar o GDF.

Saiba Mais

Conseguir os partidos da Centrão não é importante para o PSDB apenas na corrida eleitoral. A boa relação com o Centrão é vital para o Planalto aprovar projetos no Congresso.

Apesar da determinação de Izalci, desde que o tucano foi lançado como candidato do grupo nenhum partido novo aderiu à aliança. Esta dificuldade de crescimento tem tirado o sono dos aliados.

Izalci alega que conversa com vários partidos, mas até o momento nenhum teria condições de anunciar apoio formalmente.

O desenho da aliança chama a atenção de outros partidos pelas condições atraentes para a eleição de deputados federais. Mas a instabilidade afasta potenciais parceiros.

Izalci também enfrenta correntes rivais dentro do próprio PSDB.

Fonte: Jornal de Brasília