PSB pede cassação do mandato de Laerte Bessa por agressão a subsecretário do DF

Deputado teria agredido gestor com soco, xingamentos e ameaças. Documento aponta quebra de decoro; deputado não comenta.

Por Mateus Rodrigues, G1 DF

07/06/2018 05h13  Atualizado há 4 horas

O deputado Laerte Bessa (PR-DF), em imagem de arquivo (Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados)

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) pediu ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que casse o mandato do deputado federal Laerte Bessa (PR-DF) por quebra de decoro. Segundo o documento, Bessa agrediu, xingou e ameaçou um subsecretário do governo do Distrito Federal durante audiência pública no último dia 23.

A representação é assinada pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira – o partido é o mesmo do governador do DF, Rodrigo Rollemberg.

A assessoria de imprensa do deputado Laerte Bessa disse que ele não vai comentar porque ainda não foi notificado da representação. “Quando tiver conhecimento do teor do documento, fará sua defesa no Conselho de Ética.”

De acordo com o pedido, as agressões ocorreram na Comissão Mista do Congresso que analisava a Medida Provisória 821. Entre outros temas, a MP cria o Ministério Extraordinário de Segurança Pública e trata da divisão de verbas do Fundo Constitucional do DF entre segurança, saúde e educação.

O PSB afirma que Laerte Bessa agrediu e ameaçou o subsecretário de Articulação Federal e assessor de Rollemberg, Edvaldo Dias da Silva, além de rasgar o relatório do governo sobre a MP. Diz, ainda, que Edvaldo registrou ocorrência sobre o episódio na Polícia Legislativa do Senado.

No documento do PSB, consta transcrição do boletim de ocorrência com as ameaças supostamente proferidas por Laerte Bessa.

“Não mete o bico nas minhas coisas! Você está sempre se metendo nas minhas coisas […] vagabundo, cachorro, pilantra, mentiroso, filho de uma égua”, teria dito o parlamentar, segundo relato do subsecretário.

De acordo com o partido, as agressões ocorreram em uma das salas de comissões do Senado – “na presença dos Parlamentares, visitantes, servidores, o que agrava ainda mais as ofensas praticadas”.

Tramitação

Sessão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados (Foto: Alessandra Modzeleski/G1)
Sessão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados (Foto: Alessandra Modzeleski/ G1

Apenas partidos políticos e o corregedor-geral da Câmara podem representar diretamente contra parlamentares no Conselho de Ética. A lei prevê diversas punições ao deputado que quebre o decoro – desde uma simples advertência até a cassação do mandato.

Na Câmara, cada representação feita dá origem a um processo. Agora, caberá ao presidente do Conselho de Ética, Elmar Nascimento (DEM-BA), escolher o relator a partir de uma lista tríplice sorteada.

Deputados do DF, do PR, do PSB ou do bloco parlamentar de Bessa não podem participar desse sorteio, para evitar conflito de interesses. Em seguida, o relator elabora um parecer preliminar – indicando se arquiva a representação, ou se abre um processo de investigação. Do G1.