Elefante Babu pode ter sido envenenado, diz Zoo de Brasília
Exames apontaram indícios de intoxicação por chumbo, arsênio e mercúrio. Polícia Civil vai investigar.
Por G1 DF
20/02/2018
O elefante Babu, encontrado morto no Zoológico de Brasília no dia 7 de janeiro, pode ter sido envenenado. A suspeita foi anunciada pelo zoo na tarde desta terça-feira (20). “Os resultados preliminares dos exames feitos para averiguar a morte do animal apontaram fortes indícios de intoxicação provocada por agentes exógenos, ou seja, externos”, informou o zoológico.
“O zoo não descarta a possibilidade de um ato criminoso.”
A biópsia de material não humano, emitida pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), apontou a presença de substâncias tóxicas como chumbo, arsênio, mercúrio e elementos cumarínicos – um composto químico altamente danoso aos animais – como causas da pancreatite aguda que matou Babu.
“São substâncias que não fazem parte da rotina do zoológico de Brasília, então, se ela entrou aqui, entrou de forma não autorizada”, afirmou o diretor-presidente do zoo, Gerson Norberto.
As investigações serão agora conduzidas pela Polícia Civil, com auxílio do IBAMA e do Ministério do Meio Ambiente. A causa da morte foi uma pancreatite aguda, ou seja, uma inflamação no pâncreas.
Segundo Norberto, os resultados ainda não são totalmente conclusivos, mas sugerem forte causalidade da morte de Babu. A definição da causa da morte do elefante deve ser fornecida nos próximos 30 dias, quando devem sair o resultado do restante dos exames.
Perigo para os outros animais
Em nota, o Zoológico de Brasília admitiu que os resultados preliminares de Babu apontam para a necessidade urgente de medidas adicionais para intensificar a segurança das outras espécies.
Dentre as ações a serem adotadas, o zoo destacou “a ampliação dos sistemas de vigilância eletrônica, a reconfiguração dos postos da segurança patrimonial e a mudança nos protocolos de procedimentos da rotina de todos os funcionários.”
Para isso, o zoo pediu a ajuda do GDF para adotar essas medidas no local. “Todo o Governo de Brasília está empenhado na busca de soluções para esclarecer essa fato tão lamentável”, destacou o secretário de Meio Ambiente do DF, Igor Tokarski.
Morte repentina
O elefante Babu, não resistiu a uma parada cardiorrespiratória e morreu na noite de 7 de janeiro passado. A conclusão do exame de necropsia, divulgado mais de 20 dias depois da morte, apontou como causa do óbito uma pancreatite.
Apesar da constatação por meio de exames, a equipe técnica do zoo investigou nos últimos meses como a doença se desenvolveu. Durante as buscas, veterinários fizeram contato com especialistas do Park Nacional Kruger, na África do Sul, na tentativa de descobrir se outros animais da família também desenvolveram a inflamação. Foi de lá que vieram Babu e Belinha – companheira do elefante.
Tratadores disseram que a morte de Babu foi repentina. Os profissionais afirmaram, entretanto, que ele deu sinais de comportamento diferente na manhã da morte, quando passou a ser observado. O elefante vinha recebendo soro e medicação contra a dor e para a proteção do fígado.
O animal chegou ao zoo da capital federal em 1995, com três anos de idade, e nunca havia ficado doente antes de morrer. Ele nasceu na África do Sul e tinha 25 anos. A expectativa de vida para um elefante é de, pelo menos, 60 anos.
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