Agefis vai usar drone para monitorar ocupações e descarte de lixo irregulares

Com o drone, Agefis consegue fiscalizar com maior eficiência áeras como terrenos baldios. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Testado na tarde desta quinta (18), equipamento da Agência de Fiscalização do DF contribuirá para acelerar o trabalho de auditores

AMANDA MARTIMON, DA AGÊNCIA BRASÍLIA

Para auxiliar as equipes e acelerar o trabalho de auditores, a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) passará a usar um drone.

Com o drone, Agefis vai conseguir monitorar com mais eficiência ocupações irregulares do solo. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Testado na tarde desta quinta-feira (18), o equipamento ajudará a monitorar o crescimento de parcelamentos irregulares do solo e pontos de descarte irregular de lixo.

A partir deste sábado (20), com o fechamento do aterro controlado do Jóquei, conhecido como lixão da Estrutural, a Agefis começará a usar o drone em áreas isoladas, como os pontos sujos — lugares baldios onde há descarte irregular de lixo.

O drone, modelo Phantom 4 Pro, já está licenciado na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e foi comprado por R$ 12 mil. Segundo informações da marca, ele pode chegar à velocidade máxima de 72 quilômetros por hora e alcançar até 6 mil metros de altura.

Para atuar em áreas urbanas, como parcelamentos irregulares do solo, a Agefis aguarda uma licença especial.

“O drone vai nos dar imagens muito mais precisas do que as de satélite; com ele conseguimos detalhes, e tudo isso em tempo real”Bruna Pinheiro, diretora-presidente da Agefis

A diretora-presidente, Bruna Pinheiro, acredita que a aquisição é importante para acrescentar novas tecnologias às ferramentas da agência.

“O drone vai nos dar imagens muito mais precisas do que as de satélite; com ele conseguimos detalhes, e tudo isso em tempo real”, avaliou durante o teste.

No caso das ocupações irregulares, ele será fundamental para ações de pronta resposta quando as obras ilegais ainda estão no início.

A equipe mostrou no local — próximo à área do antigo Jockey Club de Brasília — como será mais fácil identificar um ponto de descarte irregular de lixo com o equipamento. Da pista, não é possível visualizar o espaço.

“Se tem um carro da fiscalização, eles não entram. Mas o drone ninguém vê que está filmando”, complementou Bruna.

Com essa estratégia, ela explica que será possível identificar a placa do veículo e ter provas de quem fez o descarte irregular.

As punições vão de multa à apreensão do veículo. Esta última, segundo a diretora-presidente, é novidade e resultado de regras mais rigorosas implementadas pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU).

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O governo de Brasília desobstruiu, desde 2015, 31.527.239 metros quadrados de áreas públicas ocupadas ilegalmente. O dado foi apresentado pela diretora-presidente da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), Bruna Pinheiro, na manhã desta quarta-feira (20).

EM TRÊS ANOS, 31,5 MILHÕES DE M² DE ÁREAS PÚBLICAS FORAM RECUPERADOS

Uma das ações de desobstrução do solo da força-tarefa de pronta resposta da Agefis ocorreu no Lago Norte na sexta-feira (24).

EQUIPE DE PRONTA RESPOSTA DESOCUPOU 486 MIL METROS QUADRADOS DE ÁREA PÚBLICA

Em 2017, a Agência de Fiscalização emitiu 143 multas por descarte irregular de lixo, que somam cerca de R$ 450 mil. Os valores, no entanto, não foram pagos — a multa é aplicada ao condutor, e não à empresa responsável pelo veículo.

Por isso, a Agefis ressalta que a punição será mais eficaz agora, já que existe a possibilidade de apreender o veículo.

O combate às irregularidades também diminui a concorrência desleal, segundo a agência. “Quem descarta irregularmente quer aumentar o lucro, diminuindo, por exemplo, o percurso do local em que coletou para onde vai descartar. Às vezes quem faz correto tem que cobrar mais para levar até o lugar certo”, detalha a diretora-presidente.

Com a fiscalização, o DF reduziu os pontos sujos de 833 para 400. Além disso, desde 2015, 31,5 milhões de metros quadrados de áreas públicas ocupadas ilegalmente foram devolvidos à população.

EDIÇÃO: RAQUEL FLORES