Segundo o MP, Fraga usou ‘laranja’ para ocultar posse de apartamento em Brasília

A matéria é do G1 – Por Fabiano Bomfim e Fabiano Andrade, TV Globo. E trás o título:

Fraga usou ‘laranja’ para ocultar posse de apartamento em Brasília, diz MP

Órgão investiga conduta do político na Secretaria de Transportes e na posse de apartamento em hotel de luxo. Suposto ‘laranja’ era assessor de Alberto Fraga; parlamentar nega.

Promotores apontam supostas contradições do deputado Fraga nas investigações

O Ministério Público do Distrito Federal apontou contradições em depoimentos do deputado federal Alberto Fraga (DEM) nas investigações de irregularidades no setor de transportes, durante a gestão do governo de José Roberto Arruda (PR), e na posse de um apartamento em um hotel de luxo em Brasília.

Na operação para desmontar o suposto esquema de corrupção na Secretaria de Transportes, em 2011, policiais foram até um apart-hotel às margens do Lago Paranoá. O imóvel, segundo o MP, está registrado no nome do ex-subsecretário adjunto de Fraga, Júlio Urnau.

Na recepção do hotel, a polícia encontrou uma observação: “não informar em nenhuma hipótese que o Sr. Alberto Fraga foi autorizado pelo Sr. Julio Luiz Urnau”. Segundo o Ministério Público, esse recado é a prova de que “o apartamento estava na posse direta e uso exclusivo do denunciado Alberto Fraga”.

Em depoimento, Júlio Urnau disse que Fraga comprou o imóvel, mas pediu que o registro fosse feito em nome do ex-subsecretário. No apart-hotel, o Ministério Público encontrou também um documento assinado por Urnau, autorizando Fraga e o filho a utilizarem o apartamento sempre que quisessem.

Reprodução do documento assinado por Júlio Urnau que autoriza Fraga e o filho a usarem o apartamento sempre que quisessem
Reprodução do documento assinado por Júlio Urnau que autoriza Fraga e o filho a usarem o apartamento sempre que quisessem (Foto: Reprodução)

O MP concluiu que “no episódio de compra do apartamento, Urnau figurou como laranja de seu então superior hierárquico, Alberto Fraga”.

Em depoimento, o deputado Alberto Fraga negou aos investigadores que fosse dono do imóvel. No entanto, o MP afirma que, embora o deputado tenha feito essa negativa, ele pediu à Justiça a restituição de todos os itens apreendidos no apartamento durante operação da polícia.

Em nota, a assessoria de Fraga informou que o apartamento foi declarado por Júlio Urnau à Receita Federal, e que o relacionamento dele com o ex-adjunto “sempre foi de conhecimento público e de cunho profissional”.

No apartamento, os investigadores encontraram também um revólver, 283 munições de uso restrito das Forças Armadas e outras 112 munições de diferentes tipos de armas.

Alberto Fraga já foi condenado em uma ação sobre essas armas, mas recorreu e como agora tem mandato de deputado federal, o caso será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).