Não há ainda decisão para ampliar a interrupção no fornecimento de água. Diz presidente da Caesb.

O presidente da Caesb, Maurício Luduvice, em coletiva na sede da Caesb nesta sexta-feira (20). Foto: Renato Araújoi/Agência Brasília

Caesb estuda alternativas para evitar ampliação do rodízio de água

Na tarde desta sexta-feira (20), presidente da companhia informou que o plano com alteração do corte será entregue na segunda (23) à Adasa, mas governo ainda trabalha com outras opções

AMANDA MARTIMON, DA AGÊNCIA BRASÍLIA

Na segunda-feira (23), a Companhia de Saneamento do Distrito Federal (Caesb) enviará novo plano de racionamento de água em Brasíliapara aprovação da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa).

O presidente da Caesb, Maurício Luduvice, em coletiva na sede da Caesb nesta sexta-feira (20). Foto: Renato Araújoi/Agência Brasília
O presidente da Caesb, Maurício Luduvice, em coletiva na sede da Caesb nesta sexta-feira (20). Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

A medida é necessária diante das novas resoluções da agência, publicadas hoje, que autorizam a ampliação do tempo de rodízio e o uso de recursos para a captação do volume morto no reservatório do Descoberto.

O presidente da Caesb, Maurício Luduvice, informou hoje (20), em coletiva, que não há ainda decisão para ampliar a interrupção no fornecimento de água. “A princípio, vamos trabalhar com alternativas, e vai depender da velocidade com que o reservatório baixe”, avaliou.

A companhia faz o planejamento para o caso de serem necessárias adaptações. Atualmente, o corte em cada região é de 24 horas semanais. A resolução permite aumentar esse tempo para até 48 horas. Se houver mudanças no rodízio, Luduvice explicou que será feita ampla divulgação com antecedência.

“A princípio, vamos trabalhar com alternativas, e (a ampliação do rodízio) vai depender da velocidade com que o reservatório baixe”Maurício Luduvice, presidente da Caesb

Com melhorias feitas no sistema de abastecimento do DF, além de medidas adotadas para desafogar o Descoberto, a companhia propõe novo limite de nível do reservatório à Adasa para que se adotem ações mais duras de racionamento.

Segundo o presidente da Caesb, estudos de técnicos da concessionária balizam que é possível fazer bombeamento da água em um nível mais baixo, sem estragar os equipamentos. Aliado às medidas que desafogam o reservatório, isso permitiria operar o sistema do Descoberto com cerca de 5,5% da capacidade.

Atualmente, a curva definida pela agência é de 9% para o fim de outubro. Na medição desta sexta (20), o reservatório marcou 10,5% da capacidade.

O plano preparado pela Caesb tem dois cenários para cada reservatório: Descoberto e Santa Maria. Mas a companhia não definiu se os dois serão aplicados ao mesmo tempo.

Interligação de sistemas de abastecimento

Como parte das medidas de enfrentamento à crise hídrica, a Caesb fez adaptações para permitir a transferência de água do reservatório do Sistema Santa Maria-Torto para o Sistema Descoberto, que está em situação mais crítica.

“A gente vem reduzindo gradualmente a participação do Descoberto no abastecimento do DF”, disse Luduvice. Na primeira etapa da interligação, o Guará I e o II passaram a ser abastecidos pelo de Santa Maria — que, por sua vez, tem sido poupado pela captação de água no Lago Paranoá.

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Na segunda etapa, foi acrescentada área considerada uma expansão do Guará, como a região do Lucio Costa e a Colônia Agrícola Águas Claras. A fase em andamento inclui Núcleo Bandeirante, Candangolândia e parte do Park Way no abastecimento de Santa Maria.

Na quarta etapa, a Caesb adianta que construirá uma elevatória para anexar a parte baixa de Águas Claras na interligação. A quinta fase levaria abastecimento também de Santa Maria para Vicente Pires.

Captação do volume morto do Descoberto

Autorizada a usar R$ 6,25 milhões para a captação do volume morto do Descoberto — sendo R$ 5 milhões da tarifa de contingência e R$ 1,25 milhão de reserva adicional —, a Caesb trabalha na elaboração de um termo de referência para adquirir tecnologia que permita a ação.

“Temos que estar preparados para deixar o volume morto utilizável. Mas não com a intenção de usar”, ponderou Luduvice durante coletiva. A contratação será via pregão eletrônico e a estimativa é de que o certame leve 15 dias.

EDIÇÃO: VANNILDO MENDES