Jofran Frejat mantém alianças e amplia conversas

Francisco Dutra
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Demonstrando grande capacidade de formação de alianças, Jofran Frejat (PR) ganha cada vez mais força para disputar o governo do Distrito Federal em 2018. Cortejado por diversas legendas como PDT, PROS, PPS, o principal rival do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) em 2014 com 649.587 votos (o vencedor teve 812.036) apresenta a maior capacidade de aglutinação de forças entre os potenciais candidatos ao Palácio do Buriti.

A última prova desta capacidade ocorreu em uma reunião com a cúpula do PDT, promovida por Eliana Pedrosa. No meio do encontro, o presidente regional do PDT, Georges Michel, convidou formalmente Frejat para o partido. “Agradeço o convite. Não posso dar resposta. Agora, por que você não vem para cá (para o PR)”, respondeu Frejat. Ao sair do encontro, Frejat comunicou a conversa em detalhes para os dirigentes brasilienses e nacionais do PR, bem como as lideranças da dita direita brasiliense.

Por enquanto, Frejat não considera abandonar o PR e pretende honrar o compromisso selado na reunião com os partidos de direita no ano passado. Em resumo, o grupo conservador definiu que teria um candidato. O acordo reuniu Tadeu Filippelli (PMDB), Alírio Neto (PTB), Izalci Lucas (PSDB), Alberto Fraga (DEM), entre outros personagens. O nome escolhido seria aquele com melhor desempenho nas pesquisas e com melhor posição política.

“Vou manter a palavra. Se os demais não cumprirem, aí posso mudar de posição ou nem mesmo disputar coisa alguma. Olha que eu nem queria me candidatar mais para nada. Minha mulher e família ficariam satisfeitíssimas”, brincou. Ao longos dos últimos meses, outras legendas também fizeram convites para Frejat. Para o ex-secretário de saúde, as conversas com PDT e outros partidos classificados como de esquerda é perfeitamente natural. “Essas convenções de esquerda, direita e centro estão ultrapassadas. Não resistem mais a nenhuma análise séria”, comentou.

Quanto as tratativas com o PDT, Frejat considera que é inegável o esforço do partido em formar uma composição de nomes corretos, limpos e com um projeto para resgatar Brasília. Para Frejat, o cenário político será outro em 2018, por isso ainda é cedo para cravar como será a disputa e quem serão os protagonistas. “Uma coisa posso afirmar. Se nós nos dividirmos, o Rodrigo (Rollemberg) com a poder e a caneta na mão vai ser um adversário muito mais difícil”, previu.

Tempo de TV pode definir as coligações

O tempo de televisão será um fator crítico na corrida eleitoral de 2018, segundo Jofran Frejat. A avaliação parte de dois fatos. Em primeiro lugar, as regras eleitorais definidas pelo Congresso. O segundo é o curto período eleitoral, de apenas 45 dias.

“Ninguém vai ter tempo para percorrer todo o DF. As coligações vão priorizar o tempo de televisão. A TV será fundamental para os candidatos mostrarem fisionomias, caras e argumentos. Será uma grande influência”, disse Frejat.

O ex-secretário de saúde não descarta a ascensão das redes sociais. Para Frejat, elas terão força para divulgação de ideias. Mas, diferente da TV, também serão palco para contrainformação. “Tem muita coisa que é mentira”, sentenciou.

Segundo Frejat, três pilares sustentam sua boa avaliação nas pesquisas de intenção de voto: o recall de 2014, o fato de ter sido bem avaliado quando secretário de saúde e distância de escândalos. Mesmo assim, Frejat projeta que outros nomes poderão evoluir nas pesquisas. E se houver candidato melhor posicionado, Frejat não vê ressalvas a apoiar outros nomes.

Saiba mais

Frejat vem se destacando justamente pela capacidade de aproximação. Os líderes dos partidos conservadores perdem força com disputas internas e mal conversam com forças de outros campos ideológicas.

A esquerda também patina entre o discurso e a pratica. Enquanto isso, Rollemberg consegue minimamente manter as alianças originais, além do núcleo duro do governo, mesmo com a força da caneta.