À QUEIMA-ROUPA: Deputado Rogério Rosso (PSD/DF), integrante da CCJ da Câmara dos Deputados
Deputado Rogério Rosso
PSD/DF), integrante da CCJ da Câmara dos Deputados
“Precisamos ter a mais absoluta responsabilidade ao analisar essa situação. Quero particularmente ler a defesa do presidente Temer e avaliar com serenidade o relatório do deputado Zveiter para emitir um juízo”
O relator na CCJ da Câmara do recebimento da denúncia contra Michel Temer, deputado Sérgio Sveiter, é um criminalista. Isso ajuda ou atrapalha o presidente?
O deputado Zveiter foi eleito pelo PSD e tive a oportunidade de conviver com ele como seu líder na Câmara. Zveiter é um grande advogado, equilibrado e sensato. Acredito que ele se concentrará nas questões técnicas e jurídicas fundamentalmente.
E o fato de ser aliado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o nome que assumiria a Presidência da República no caso de afastamento de Temer?
Não vejo nenhum problema nisso. Maia tem sido correto, pois está cumprindo à risca o regimento e a Constituição. Zveiter fará o mesmo, na minha avaliação.
Pelo que você viu até agora, há indícios contra Temer que autorizem o recebimento da denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva com base na delação de Joesley Batista?
Esse é o primeiro caso na história de uma denúncia contra o presidente da República no exercício do mandato. Precisamos ter a mais absoluta responsabilidade ao analisar essa situação. Quero particularmente ler a defesa do presidente Temer e avaliar com serenidade o relatório do deputado Zveiter para emitir um juízo.
O que os deputados vão levar em conta na hora de julgar?
Acredito que o resultado da votação na CCJ será a principal referência, não desconsiderando, é claro, outros aspectos politicos.
A proximidade da eleição, que será no próximo ano, vai impactar a posição dos deputados, que terão de prestar contas aos seus eleitores?
Não tenho nenhuma dúvida disso.
Essa é apenas a primeira de uma série de denúncias contra Temer das investigações de Rodrigo Janot, que declarou, no fim de semana, que “enquanto houver bambu, vai flecha”. Como fica o país nesse cenário?
O momento político que o país vive exige ainda mais o estrito cumprimento da Constituição. Temos que respeitar as instituições e valorizar a independência e harmonia entre os Poderes. O Ministério Público está fazendo o seu trabalho e não me cabe julgar suas ações, mas respeitá-las como cidadão. Todos sabem das suas atribuições e responsabilidades frente ao País.
Por Ana Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” – Foto: André Violatti/CB/D.A.Press – Correio Braziliense