Ex-governador Agnelo Queiroz é posto em liberdade

Também foram liberados o dono da Via Engenharia, Fernando Queiroz, e o ex-presidente da Novacap Nilson Martorelli

Por Maria Eugênia e Mirelle Pinheiro/Metrópoles/Denio Simões/GDF – 31/05/2017 – 09:17:51

O ex-governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz foi liberado na manhã desta quarta-feira (31/5), preso pela Polícia Federal no dia 23, na Operação Panatenaico, que investiga um esquema de corrupção na reforma do estádio Nacional Mané Garrincha.

 

A decisão é do desembargador Federal Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Além de Agnelo, foram liberados o dono da Via Engenharia, Fernando Queiroz, e o ex-presidente da Novacap Nilson Martoreli.

 

O advogado do ex-governador, Paulo Guimarães, confirmou a liberação de seu cliente. “Ele vai se pronunciar na tarde de hoje”, disse. De acordo com ele, o habeas corpus que beneficiou Agnelo, Fernando Queiroz e Martorelli pode embasar a liberação de outros presos.

 

Ainda estão detidos o ex-governador José Roberto Arruda (PR), o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), o ex-secretário da Copa, Cláudio Monteiro, a ex-presidente da Terracap Maruska Lima, e os acusados de intermediarem o pagamento de propina, Sérgio Lúcio, Jorge Salomão e Afrânio Roberto.

 

Conluio, superfaturamento e propina

A operação Panatenaico é decorrência das delações de ex-executivos da Andrade Gutierrez, que construiu a arena em consórcio com a Via Engenharia. A Justiça determinou a indisponibilidade de R$ 155 milhões de 13 envolvidos no esquema.

 

Os investigados, de acordo com a PF, cometeram crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa, corrupção ativa e passiva e fraude em licitação. O pedido de prisão temporária se justifica, segundo a corporação, para o recolhimento de mais provas que permitam o avanço da apuração.

 

De acordo com o MPF, foi constituído um cartel entre várias empreiteiras para fraudar a licitação e assegurar, de forma antecipada, que os serviços e as obras fossem executadas por consórcio constituído pela Andrade Gutierrez e Via Engenharia. Como contrapartida, os vencedores pagaram propina a agentes políticos e públicos, que estão entre os alvos da operação.

 

A reconstrução do antigo Mané Garrincha foi estimada inicialmente em R$ 690 milhões, mas acabou custando cerca de R$ 1,6 bilhão, o que fez com que o estádio se tornasse o mais caro entre os 12 que receberam os jogos da Copa do Mundo de 2014. O dinheiro saiu dos cofres da Terracap, empresa pública do Governo do Distrito Federal, cujo capital é constituído da seguinte forma: 51% do GDF e 49% da União.