Provocou repercussão entre arquitetos e ambientalistas a posição do presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), em audiência pública sobre a desocupação da Orla, na última quinta-feira, no Centro de Convenções. Joe defendeu um novo debate com a participação da população e dos deputados distritais sobre as derrubadas e o projeto de ocupação das áreas na beira do Lago Paranoá.
Passou a impressão de que aprovaria uma nova lei para cassar a decisão judicial, transitada em julgado, que determina ao Executivo promover a liberação dessas áreas de proteção ambiental. Nas redes sociais, o professor Frederico Flosculo, do Departamento de Arquitetura da Universidade de Brasília (UnB), bombardeou o deputado conhecido pela posição em defesa do meio ambiente e da agricultura orgânica:
“(Joe) revelou-se sombrio e ameaçador, fazendo a defesa dos invasores da margem do Lago, apresentando protesto contra as ‘violências’ dos tratores da Agefis”. E acrescentou: “Fiquei impressionado com a mudança de lado”.
Desobstrução e ocupação sem enfrentamento
No dia seguinte à polêmica, Joe Valle se reuniu com Frederico Flósculo na Câmara Legislativa. Os dois conversaram sobre a posição do presidente da Casa. “Claro que a desobstrução não tem volta.
É fruto de uma decisão judicial, mas o Executivo precisa abrir o diálogo com os moradores sobre como ocupar aquelas áreas e como desocupar. Enfrentamento leva ao conflito. Precisamos de um pacto com a sociedade”, disse Joe à coluna.
A coisa certa da forma errada
Em resposta à controvérsia, Joe Valle afirmou em mensagens a quem lhe perguntou sobre a repercussão da audiência pública: “A experiência que tenho hoje me leva a ter certeza que o Rodrigo (Rollemberg) está fazendo a coisa certa da forma errada”.
E deixou claro que acredita num movimento com viés eleitoral. “A forma afoita com que os pré-candidatos precisam fazer as coisas para mostrar resultados interfere definitivamente na sustentabilidade”.
Informa Tudo DF