Sem condições jurídicas para ocupar o novo Centro Administrativo do Distrito Federal, em Taguatinga – estrutura construída há dois anos e que conta com uma área total de 180 mil metros quadrados –, o governo do Distrito Federal procura mais um prédio para alugar. O Executivo planeja abrigar, em um único prédio, os quase 1,4 mil servidores da educação.
Atualmente, os funcionários da pasta se distribuem em dois edifícios no Plano Piloto: um no Setor Bancário Norte, e outro na 607 Norte. O GDF gasta, em média, R$ 480 mil por mês com o aluguel dos imóveis. Agora, o governo quer realocar todos os servidores em um único prédio com as promessas de reduzir as despesas e de facilitar os trabalhos.
Para isso, o governo está a procura de um imóvel de 18 mil metros quadrados na área central de Brasília. O chamamento foi feito no diário oficial na última quinta-feira (2) para abrir um edital de licitação. Enquanto o GDF investe nessa opção, o Centro Administrativo continua sem utilidade.
Elefante branco
O prédio novo, erguido por meio de uma parceria público-privada, está vazio desde a sua inauguração, em dezembro de 2014. Com 16 prédios, o espaço tem estrutura para comportar até 13 mil servidores.
O consórcio Centrad, formado pelas empresas Via Engenharia e Odebrecht – responsável pelo centro administrativo –, enviou em novembro do ano passado uma carta ao GDF pedindo o cancelamento do contrato, avaliado em R$ 6 bilhões. O valor inclui os gastos de construção e a manutenção do complexo de prédios por 22 anos. Até hoje o imóvel aguarda liberação do “habite-se”.
“Já existia um relatório de impacto de trânsito inicial. Foi feito outro relatório de impacto que nós aprovamos no Detran e conseguimos o laudo de conformidade. Então, acreditamos que tecnicamente não existe pendência”, aponta o gerente de engenharia da concessionária, Alberto Uno.
Segundo a secretária de Planejamento do DF, Leany Lemos, não há também mais interesse do governo em mudar para o Centro Administrativo de Taguatinga. De acordo com a pasta, o gasto anual com aluguéis das secretarias que iriam para o novo espaço é de R$ 70 milhões por ano (confira abaixo o histórico de gastos).
Para Leany, caso o GDF opte pela mudança, os custos para cumprir o contrato chegariam a R$ 260 milhões anualmente. “Foi solicitada a rescisão de contrato e esse cenário está sendo estudado como uma possibilidade pelo governo”, argumentou a secretária.
Confira os gastos do governo do DF, nos últimos quatro anos, com aluguel de imóveis:
Governo Agnelo
2013: R$ 53,7 milhões
2014: R$ 69,7 milhões
Governo Rollemberg
2015: R$ 62,6 milhões
2016: R$ 57,6 milhões.
Extraído do blog do Sombra.
Informa Tudo DF