Assessor do senador Hélio José é um dos presos por fraude habitacional no DF

Suspeitos cobravam até R$ 15 mil para furar fila do Morar Bem, diz polícia.

Polícia pediu quebra do sigilo bancário e fiscal de investigados na operação.

Carros foram apreendidos pela Polícia Civil durante operação que prendeu suspeitos de cobrar até R$ 15 mil para ‘furar fila’ do Morar Bem

Outras quatros pessoas ainda eram procuradas no início da tarde. A operação, batizada de Lote Fácil. Segundo a polícia os suspeitos agiram em benefício próprio.

O senador Hélio José disse que qualquer servidor envolvido em crime será demitido.

O grupo vai ficar preso por ao menos cinco dias, renováveis por mais cinco. Também foram cumpridos 11 dos 14 mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento). Os investigadores apreenderam carros, documentos e computadores no Plano Piloto,Guará, Riacho Fundo, Recanto das Emas, Santa Maria, Sobradinho, Planaltina, Taguatinga e Ceilândia.

De acordo com as investigações, os suspeitos ofereciam facilidades para aquisição de casas e terrenos junto à Codhab “sem fila e burocracia”. Para isso, cobravam entre R$ 2 mil e R$ 15 mil para o interessado furar a fila do cadastro do programa Morar Bem.

Segundo o chefe da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf), Jeferson Lisboa, os suspeitos também forneciam documentos falsos para a compra das habitações, como declaração de renda e comprovante de endereço, e operavam em todas a regiões do DF.

Prédio do Paranoá Parque, residencial construído por meio de programa habitacional do DF (Foto: Renato Araújo/Agência Brasília)Prédio do Paranoá Parque, residencial construído
por meio de programa habitacional do DF
(Foto: Renato Araújo/Agência Brasília)

“Nós já tínhamos aberto inquérito e a Codhab também auxiliou. Ela nos comunicava dos fatos de que estava desconfiando”, disse o delegado. Em nota, o órgão informou que está à disposição da Polícia Civil para cooperar e que, “se constatado envolvimento de algum servidor, este será imediatamente afastado”.

Lisboa disse que os policiais vão levantar as contas dos suspeitos para avaliar o quanto o esquema movimentou. Segundo o delegado, os suspeitos agiram em benefício próprio. “Verificamos que eles mantinham um padrão de vida maior do que a renda conferia”, afirmou.

O chefe da Corf afirmou que os suspeitos cometeram diversas irregularidades. “Cada um vai ser indiciado por um crime. Tem estelionato, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e organização criminosa”, declarou.

Lisboa declarou ainda que estão sendo investigadas as participações de políticos e bancos públicos no suposto esquema de fraude. Cerca de 250 policiais civis participaram da operação nesta quinta.

Fonte: G1 DF.