Em debate, candidatos ao GDF apresentam poucas propostas e trocam duras acusações

    Comparações com o governador Agnelo Queiroz (PT) e processos administrativos deram o tom da discussão

     

    Em clima tenso, candidatos ao GDF trocam farpas (Breno Fortes/CB/D.A Press)

    Em clima tenso, candidatos ao GDF trocam farpas

    Rodrigo Rollemberg (PSB) e Jofran Frejat (PR) trocaram duras acusações no debate realizado pelo Correio Braziliense e a TV Brasília na noite desta quinta-feira (16/10). O primeiro e o segundo bloco foram tomados por ataques diretos e poucas propostas. Enquanto Rollemberg tentava ligar Frejat ao grupo de Arruda e Luiz Estevão, Frejat comparou o pessebista com o governador Agnelo Queiroz (PT).

    Rollemberg classificou a proposta de Jofran Frejat (PR) de destinar o IPVA para custear a tarifa de ônibus por R$ 1 como eleitoreira. “A população não é boba. É como se o dinheiro do IPVA estivesse parado. Esse dinheiro vai para a educação e  saúde. Quem vai ganhar são os donos das empresas de ônibus, que vão ter esse dinheiro certinho”, disse em resposta à Jofran.

    A saúde foi um dos temas centrais nas trocas de farpas entre os postulantes ao GDF. O pessebista classificou como “leviana” a gestão de Frejat, secretário da área em quatro oportunidades no Distrito Federal.

    Após lamentar o “nível” do debate, com diversas trocas de acusações, Rollemberg disse que vai equipar hospitais e que “saúde não se faz construindo hospitais, quem faz é o secretário de Obras”. Frejat respondeu que esteve lá para “consertar o trabalho mal feito” de outros governos e exaltou conquistas a nível nacional, classificando o socialista de leviano. “Fui eu que criei o Saúde na família”, ressaltou.

    Ainda no clima de tensão, o político do PR alegou que a família do ex-senador teria sido beneficiada pelo governo, na época em que o oponente trabalhava em um ministério. “É um absurdo que no final da sua vida você esteja mentindo”, disparou Rollemberg. Frejat se mostrou surpreso com a declaração do concorrente. ” No fim da vida? Por que? Você vai me matar?”, disse surpreso.

    Questionado sobre as eleições diretas para administradores, Rollemberg defendeu que a população conhece a cidade e tem que escolher o administrador. Se tiver algum caso de corrupção, o ex-senador alegou que irá fazer uma lei para prever o mecanismo de troca e de eleição para o cargo. Em seguida, o candidato, munido de papéis com denúncias contra o adversário, partiu para o ataque acusou Frejat de desviar recursos.

    Sobre a Companhia Energética de Brasília (CEB), concorrente do PR afirmou que o DF tem orçamento e é preciso investir. “Esse governo não se preocupou em recuperar a Companhia”, frisou. “Se ficarmos só no discurso, vamos comprometer seriamente nosso sistema de energia”, complementou. Ainda sobre a CEB, Rollemberg afirmou: “Vamos fortalecer a CEB e todas as empresas públicas do DF. Vamos garantir investimentos e tecnologia”.

    Nas considerações finais, Frejat seguiu o script feito para o debate: comparou Rodrigo Rollemberg ao impopular governador Agnelo Queiroz (PT), antigo aliado do pessebista. “Meu adversário já demonstrou contra a tarifa de R$ 1, pois não a propôs. Ele fazia parte do governo do Agnelo, que não funcionou. Ele é o Agnelo dois, mas, assim como o rato abandona o navio quando este afunda, ele deixou o barco”, discursou.

    Na contramão do discurso de Frejat, Rollemberg se desvencilhou da imagem de Agnelo. E a classificou como negativa para o DF, assim como a coligação do candidato do PR, aliado, entre outros, de José Roberto Arruda e Luiz Estevão. “Me senti na na obrigação de ser candidato a governador por não me confirmar em ver Brasília com as alternativas que tínhamos”, afirmou. “Uma que representava a incompetência e ineficiência do atual governo, e outra que representava as práticas que levaram Brasília ao maior escândalo da história do DF”, completou.

     
    Fonte: Correio braziliense