À Queima-roupa: José Antônio Reguffe

     

    Deputado federal e pré-candidato do PDT ao Senado.

    A aliança do PDT com o PSB é definitiva ou ainda há chance de reviravolta?

    Acho que é definitiva. Havia uma vontade do PDT nacional de aliança com o PT, mas o Lupi afirmou que vai respeitar a decisão que eu e Cristovam tomamos. Ele ficou de anunciar no dia 30 a decisão final. …

     
    Há um consenso entre outros candidatos de que você, por ser campeão de votos, deverá ser o alvo preferencial de todos. Como reagir a essa artilharia?
    Vou continuar fazendo o meu trabalho. Campanha para mim deve ser propositiva e afirmando compromissos, que uma vez eleito se deve cumprir um por um, assim como fiz como deputado.
     
    Muitos adversários o acusam de apenas defender o discurso da ética, sem ter nenhuma realização prática para apresentar. Como responderá a isso na campanha?
    Tentam dizer que meu mandato só economiza e não faz mais nada. Primeiro, ao contrário de outros, meu mandato economiza, sim, e muito. Economizei sozinho mais de R$ 2,3 milhões do dinheiro público. Infelizmente, as pessoas não sentem o dinheiro público como delas, então, às vezes, não dão o devido valor. Agora, o mandato é mais que isso. Veja a forma como voto, às vezes, contrariando meu partido, mas sempre respeitando meu eleitor e minha consciência. Apresentei 34 projetos. Fui relator do PL 3998/12 e aprovei meu parecer que obriga os planos de saúde a terem que arcar com a quimioterapia oral. Nas emendas ao orçamento, enquanto outros colocam para coisas não relevantes, coloquei para a compra de remédios para os hospitais públicos, por exemplo.
     
    Para fechar o acordo eleitoral com o PSB, você teve que abrir mão de uma aliança com o PSol, que era praticamente certa. Por que fez essa opção?
    Estamos conversando ainda. Gostaria que estivéssemos juntos. Tenho divergências da visão econômica do PSol, sou defensor da Lei de Responsabilidade Fiscal e da redução da carga tributária, mas tenho profundo respeito por eles. 
     
    Não tem medo de o PSB buscar alianças muito amplas, que incluam partidos ou pessoas com passado de acordos com
    políticos como Roriz?
    A grande aliança que deve ser feita é com a sociedade. Não sei se virá algum partido, mas, se vier, tem que ser por acreditar e querer ver uma política diferente.
     
    O PSB e o PDT juntos têm pouco tempo de tevê. É possível fazer uma campanha competitiva assim?
    É difícil… Mas se fosse para ter uma eleição praticamente certa de senador, seria mais cômodo e mais fácil ter ido com o PT, como era a preferência da nacional do meu partido. Teria mais tempo de tevê, mais estrutura e recursos. Escolhi o caminho mais difícil, mas vou lutar pelo que acredito. Mesmo que fique sem mandato.

    Fonte: ANA MARIA CAMPOS e HELENA MADER – Correio Braziliense