Agaciel Maia e sua área verde

    Agaciel Maia e sua área verde

    Agaciel Maia e sua área verde

    Vice-presidente da Câmara Legislativa, o deputado distrital Agaciel Maia (PTC) se tornou réu em um processo por crime ambiental. Ele e a esposa, Sanzia Erinalva do Lago Cruz Maia, são acusados de aumentar as instalações de uma mansão de propriedade da família, no Lago Sul, invadindo 10 mil metros quadrados de uma Área de Preservação Permanente (APP). Ambos haviam sido denunciados, no ano passado, pela Procuradoria-Geral de Justiça do DF e, ontem, o Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) decidiu acatar o pedido do MP.

    Dos 16 desembargadores presentes na sessão do conselho, apenas Dácio Vieira, Getúlio Pinheiro de Sousa e Lecir Manoel da Luz se declararam impedidos de votar. Os demais aceitaram a denúncia. O distrital teria dois caminhos a seguir depois disso: defender-se na Justiça ou recuperar todos os danos ambientais identificados pelo Ministério Público do DF e Territórios, suspendendo assim o andamento processual. A opção do parlamentar foi atender à solicitação do MP.
    “Ainda que eu tenha adquirido a propriedade com a situação já consolidada, resolvi acatar o que determinou o MP. Vamos recuperar os danos apontados na ação e proceder as correções indicadas”, explicou Agaciel ao Correio. Uma empresa já teria sido contratada para elaborar um projeto de recuperação da área conforme as determinações que constam na denúncia. Ao buscar o acordo, o distrital, pré-candidato a deputado federal, escapa do risco de ser condenado pelo TJDFT até o fim do ano e de tornar-se inelegível. A Lei da Ficha Limpa prevê tal proibição para os condenados em segunda instância.
    Alterações
    De acordo com o MP, com base em um inquérito feito pela Delegacia do Meio Ambiente (Dema), as obras de ampliação feitas pelo deputado Agaciel Maia na propriedade desde que ele a adquiriu, em 2001, provocaram impacto direto na Área de Preservação Ambiental (APA) do Lago Paranoá, que é vizinha à mansão do parlamentar. O caso foi mostrado pelo Correio em setembro do ano passado. Originalmente registrado com 1.087 m2, o lote onde está a mansão do distrital teria passado para 11.150 m2 após as interferências feitas pela família de Agaciel Maia.
    O pedido do MP é que todas as irregularidades sejam sanadas, o que prevê a demolição de campos de futebol, aterro, muros, rampas, quatro piscinas, áreas pavimentadas e alambrados, entre outros equipamentos. Após a retirada de toda a estrutura construída sem autorização e em área verde, a vegetação deverá ser restaurada com exemplares nativos da região. Fonte: (Correio Brasiliense)

    Politicando:
    Brasília e seu lindo Lago Paranoá, rodeado também pelo Lago Sul, uma das áreas mais nobres do Distrito Federal, local onde os residentes podem ser: empresários, desembargadores, embaixadores, servidores, pioneiros, políticos e outros deste naipe.
    O que se espera do Poder Público é imparcialidade nos processos que denigrem todo e qualquer assunto público, seja tangível ou não. Agaciel Maia que não era deputado quando adquiriu o imóvel em 2001, ampliou sua moradia em 10x mais o valor do registro. Não era deputado mas já tinha ingerência no alto escalão do Senado Federal.
    Diz o ditado que em terra de cego quem tem olho é rei, então com toda influência adquirida, transformar aquele matagal em volta da mansão em área de diversão seria uma valorização de sua área e ponto final.
    A bem da verdade, se o MP for investigar quem triplicou o tamanho do lote em volta do Lago terá um resultado assustador, Agaciel é o primeiro exposto, então fica a sugestão, que tal um levantamento para saber quem mais realizou essa proeza.
    Resta-nos aguardar Agaciel desfazer seu belo parque de diversões e devolver os exemplares da vegetação nativa da região.
     
    Esdras Messias